Resposta Sexual Humana

No ser humano, as sensações sexuais despertadas, seja por fantasias, por masturbação ou pelo ato sexual em si, ocorrem numa sucessão de fases que estão interligadas entre si, que são chamadas de fases da resposta sexual humana.

A resposta sexual é composta de 4 fases: desejo, excitação, orgasmo e resolução.

Nesse artigo, nós veremos em detalhe todas as fases da resposta sexual humana e o que acontece com o corpo do homem e da mulher em cada fase.

FASES DA RESPOSTA SEXUAL HUMANA

FASE 1 – DESEJO

O desejo é a primeira fase do ciclo e é uma fase subjetiva.

Isso quer dizer que o desejo é pensado e sentido segundo a interpretação de cada pessoa. O que causa desejo em uma pessoa, pode não causar na outra.

O desejo é uma sensação provocada por estímulos que envolvem a participação de todos os órgãos sensoriais (ou os cinco sentidos).

• O cheiro é um estímulo que envolve o olfato.
• O sabor do beijo envolve o paladar.
• O tom da voz, as palavras eróticas, os gemidos são estímulos que envolvem a audição.
• As fotos e filmes eróticos ou a imagem da pessoa desejada envolvem a visão.
• As carícias envolvem o tato.

Além dos órgãos sensoriais, o pensamento, a imaginação ou os fantasmas eróticos contribuem para o desencadeamento do desejo.

Esses estímulos desencadeiam na pessoa a vontade de atividade sexual.

Nessa primeira fase não aparecem indícios orgânicos objetivos. A gente pode dizer que o desejo se passa mais na cabeça do que no corpo.

• O que acontece na cabeça?

Os estímulos são captados pelo cérebro através dos sentidos.

O cérebro possui áreas (sistema límbico) que vão receber esses estímulos.

Com a ajuda da zona responsável pela memória, essas partes do cérebro vão fazer a apreciação dos estímulos e considerar se eles são ou não estímulos positivos.

O sistema límbico envia então o seu relatório para outra parte do cérebro: o córtex.

O córtex analisa o relatório e, se os estímulos foram considerados positivos, ele ordena o desencadeamento do processo de excitação do sistema nervoso.

O início do processo de excitação ocorre quando os neurônios derramam substâncias euforizantes no cérebro. Essas substâncias são transportadas de um neurônio a outro através dos neurotransmissores.

Essas substâncias são essencialmente:

• O glutamato – tem a função de excitar o próximo neurônio.
• A acetilcolina – nos ajuda a fixar a atenção em determinada pessoa.
• A noradrenalina – tem a função de empurrar o sangue para os músculos, contraindo os vasos sanguíneos.
• A dopamina – causa euforia, fluidez da fala e descontrole motor causando tremedeira nas pernas.

Além dessas substâncias, o cérebro ordena a produção da adrenalina (secretada pelas glândulas suprarrenais). A adrenalina é um hormônio que causa o aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial.

Outros hormônios também entram no processo da excitação: a testosterona (principal hormônio masculino), o estrogênio e a progesteronas (hormônios femininos), o cortisol (secretado pelas glândulas suprarrenais) e a ocitocina (hormônio do prazer).

Após a produção dessas substâncias e hormônios, o corpo entra na segunda fase da resposta sexual: a excitação.

FASE 2 – EXCITAÇÃO

A excitação é a segunda fase do ciclo sexual. Assim como o desejo, a excitação também tem um elemento subjetivo.

Mas, é na fase da excitação que as respostas fisiológicas do corpo aos estímulos aparecem. Nessa fase acontecem as alterações físicas visíveis.

• O que acontece com o corpo durante a excitação?

A adrenalina secretada pelas glândulas suprarrenais provoca o aumento do fluxo sanguíneo.  O aumento do fluxo sanguíneo por sua vez ocasiona três fenômenos essenciais na atividade sexual: congestão, ereção e lubrificação. Vejamos o que significa cada um desses fenômenos.

Congestão

Congestão é o inchaço inicial dos órgãos genitais durante a excitação. A congestão acontece nos corpos esponjosos (bulbos esponjosos do pênis e do clitóris) que se abrem e suas cavernas se enchem de sangue. Quanto mais sangue, mais a região fica sensível.

Para que essa região fique cheia de sangue, as veias dessa região estreitam seu calibre (para que o sangue não saia), mas também o músculo do bulbo esponjoso (apesar de ser um músculo voluntário – que se contrai sob a nossa vontade), se contrai automaticamente durante o ato sexual.

Quando o músculo se contrai, ele pressiona o bulbo esponjoso bloqueando a saída do sangue venoso (ele não bloqueia a entrada do sangue arterial).

Com esse processo, ocorre o aumento da congestão (inchaço) que aumenta ainda mais a sensibilidade da região, fundamental para o orgasmo.

Durante a fase da excitação, além da congestão ocorre também a ereção.

Ereção

Como a gente acabou de falar, durante a excitação, as cavernas dos corpos esponjosos se abrem e se enchem de sangue aumentando a sensibilidade genital.

De modo semelhante, as cavernas dos corpos cavernosos também se abrem e se enchem de sangue.

Quanto mais sangue entra pelas cavernas dos corpos cavernosos, mais as veias (responsáveis pela saída do sangue) vão sendo pressionadas. Desse modo, os corpos cavernosos vão enchendo cada vez mais até que a pressão dentro do órgão é tanta que ele acaba endurecendo, causando o enrijecimento do órgão genital, que a gente chama de ereção.

Além da congestão e da ereção, outra alteração física importante na fase da excitação é a lubrificação.

Lubrificação

Além de provocar a congestão, a contração do músculo do bulbo esponjoso também pressiona as glândulas paravaginais (glândulas de Bartholin), espremendo sua secreção lubrificante para dentro da vulva.

No auge da excitação, o corpo entra na próxima fase: o orgasmo.

FASE 3 – ORGASMO

A circulação se acelera, os olhos violentamente injetados tornam-se esgazeados, a respiração ofegante e entrecortada em alguns sujeitos, é retida em outros; os centros nervosos congestionados só comunicam sensações e volições confusas, a motilidade e a sensibilidade demonstram inexprimível desordem”.  Felix Roubard, 1855.

O orgasmo é a terceira fase da resposta sexual humana. Ele é o clímax da excitação sexual.

O orgasmo tem um elemento subjetivo caracterizado pela sensação extrema de prazer sexual, perda da acuidade dos sentidos e sensação de desligamento do meio externo.

O aspecto físico do orgasmo é acompanhado de contrações musculares rítmicas e reflexas (automáticas) que podem durar de segundos a minutos.

• O que acontece com o corpo durante o orgasmo?

O cérebro tem uma região chamada de sistema límbico. Ele é formado de núcleos importantes como:

• Hipotálamo – responsável pelas emoções agradáveis, mas também pelas sensações de sede, fome, frio e calor.
• Hipocampo – responsável pela memória.
• Amigdala – responsável pelo desprazer.

Para chegar ao orgasmo, as zonas de prazer no cérebro liberam substâncias excitantes.

O sistema nervoso ordena a alteração da frequência cardíaca e os batimentos cardíacos ficam mais acelerados.

O cérebro ordena o aumento da produção e a liberação do hormônio adrenalina (produzido pelas glândulas suprarrenais) que faz com que as artérias se dilatem, aumentando o fluxo do sangue.

O sangue precisa de oxigênio, então os pulmões aumentam o ritmo do trabalho causando uma alteração da frequência respiratória.

A dilatação das artérias causa rubor (o rosto pode ficar corado).

Os mamilos ficam mais rígidos.

As pupilas ficam dilatadas.

Os pelos podem ficar eriçados.

Toda essa atividade causa a elevação da temperatura corporal o que pode causar suor.

No auge dessas atividades, uma outra região do cérebro responsável pela sensação do desprazer, liberará uma descarga de endorfinas.

No cérebro, entre os neurônios, as endorfinas, com forte efeito calmante, se misturam com as substâncias excitantes liberadas pelas zonas do prazer.

Assim, por alguns instantes, as áreas do prazer e as do desprazer entram numa espécie de curto-circuito do orgasmo enviando sinais elétricos (como faíscas) por toda parte do sistema nervoso.

Um desses sinais é a contração dos músculos que provocam a ejaculação.

Durante o momento do curto-circuito, o corpo todo se contorce numa espécie de espasmo até que o cérebro se recomponha.

• Como funciona o orgasmo na mulher?

Na mulher, o orgasmo provoca a contração de todos os órgãos pélvicos: útero, vagina, grandes e pequenos lábios, musculatura profunda do assoalho pélvico, músculos do clitóris e até os músculos do ânus.

Nesta fase, a musculatura do clitóris, particularmente os músculos do bulbo esponjoso, pressionam as glândulas paravaginais (glândulas de Bartholin) e parauretrais (Skene), ejetando mais fortemente sua secreção.

Ao mesmo tempo, o muco acumulado no útero é expulso mais fortemente, bem como a própria secreção das paredes vaginais.

Toda a região fica instantaneamente mais molhada e este fenômeno pode ser chamado de ejaculação feminina.

• Como funciona o orgasmo no homem?

No homem, a próstata recebe os espermatozoides dos ductos deferentes e o gel seminal das vesículas seminais.

Dentro da próstata essa mistura recebe ainda o líquido prostático, cuja função é dissolver o gel para liberar os espermatozoides no momento certo.

Durante o orgasmo, todas estas estruturas são pressionadas ritmicamente para projetar os três componentes do sêmen para fora do corpo através da uretra.

Quando o cérebro se recompõe, o corpo sente o cansaço, devido a intensa atividade física e o relaxamento provocado pela grande quantidade de endorfinas produzidas no cérebro e espalhadas pelos músculos através da corrente sanguínea.

E aí, a resposta sexual entra na sua quarta fase que é a fase da resolução.

FASE 4 – RESOLUÇÃO

Após a ejaculação, a excitação vai diminuindo progressivamente.

As frequências cardíaca e respiratória vão normalizando, a circulação sanguínea volta ao normal e a congestão e a ereção vão desaparecendo.

A pessoa sente então uma sensação de bem-estar e relaxamento muscular generalizado ou cansaço intenso.

Na resolução, acontece o que a gente chama de período refratário que é o intervalo mínimo entre a obtenção de ereções.  Esse período pode variar de pessoa para pessoa.

Para alguns homens, o período refratário pode durar vários minutos, nos quais é preciso um tempo ou descanso antes de iniciar um novo ato sexual.

Para a maioria das mulheres, este período refratário não existe: ela pode, logo após o ato sexual ter novamente desejo, excitação e novo orgasmo, não necessitando esperar um tempo para que isso ocorra novamente.

Quando uma pessoa se encontra em bom estado de saúde sexual, esse é o processo natural da busca do prazer e da satisfação sexual.

Porém, muitos homens e mulheres não conseguem completar as quatro fases desse processo.

Geralmente, quando isso acontece, é porque em alguma fase da resposta sexual humana, alguma coisa não está funcionando corretamente.

Nesses casos, homens e mulheres começam a apresentar problemas de ordem sexual.

Quando esses problemas são persistentes e causam sofrimento para a pessoa, eles podem ser considerados como uma disfunção sexual.

Nesse artigo você viu o que é a resposta sexual humana e o que acontece com o corpo do homem e da mulher em cada fase desse processo.

Esperamos que esse artigo sobre resposta sexual humana tenha sido útil.

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Até a próxima!